Eu me chamo Jean Sella, sou religioso e sacerdote da Congregação dos Agostinianos da Assunção. Nasci no dia 2 de novembro de 1973, em Cachoeiro do Itapemirim (ES). Sou filho de João Sella e Maria Ignez Sartório Sella. Tenho um irmão que se chama Joimar, que também é religioso e padre Assuncionista.
Tive uma infância marcada por migrações. Muitos destes lugares marcaram a minha caminhada de fé e contribuíram para o fortalecimento de minha vocação.
Aos nove anos, realizei a ruptura mais significativa da minha vida: juntamente com meus pais, deixei parentes e amigos para viver em Cariacica (ES). Nesta cidade participei da comunidade São Francisco de Assis onde recebi o Sacramento da Crisma. Neste período, Deus já tocava o meu coração, despertando em mim o desejo para a vida religiosa e sacerdotal.
Aos quinze anos intensifiquei a participação na catequese, motivado pela minha querida catequista Maria Suely.
Em 1995 conheci os seminaristas diocesanos ao participar de um curso de Teologia para leigos na Paróquia Bom Pastor. Depois, senti que não era esse o estilo de vida que eu buscava, mas que talvez minha inquietude pudesse ser respondida pela conhecida experiência que meu irmão fazia com os Religiosos Assuncionistas. Nesse mesmo ano foi realizada uma missão em minha paróquia em preparação aos Votos Perpétuos do meu irmão. Essa missão, preparada por jovens Assuncionistas, despertou meu entusiasmo para conhecer melhor os Agostinianos da Assunção.
Mais tarde, participando de uma segunda missão assuncionista na cidade de Monte Sião (MG), senti crescer em mim o desejo pela vida religiosa e, após um tempo de acompanhamento vocacional, em fevereiro de 1996 fui para Campinas (SP) para uma experiência de vida comunitária e para iniciar os estudos de Filosofia.
Em 1999 cruzei a Cordilheira dos Andes e iniciei a experiência do Noviciado no Chile, tempo privilegiado para experimentar maior intimidade com Deus através da oração e da vida comunitária, tempo para adquirir maior conhecimento sobre a espiritualidade do Pe. d’Alzon e de Santo Agostinho.
No final do Noviciado, fiz a minha Primeira Profissão Religiosa, regressei ao Brasil no início do ano 2000 e comecei meus estudos de Teologia na cidade de São Paulo.
Em 2004 fui enviado a Campinas. No dia 20 de novembro, professei os Votos Perpétuos, entregando-me definitivamente ao projeto de Deus como religioso Assuncionista.
Em 2005 fui enviado para a comunidade de Eugenópolis. Nesta nova realidade, continuei meus trabalhos pastorais em preparação para a Ordenação Diaconal. Ali, trabalhei nas diversas comunidades da Paróquia de São Sebastião da Mata de Eugenópolis e da Paróquia do Senhor Bom Jesus de Vieiras.
Em julho de 2007 fui ordenado Diácono junto com o Ir. Cláudio Abreu — hoje também sacerdote — em Vieiras (MG). Em maio de 2008 fui para Espírito Santo do Pinhal (SP), onde permaneci até julho de 2010.
Após um tempo com minha família, cuidando de meus pais, retomei minha caminhada em 2016 na comunidade religiosa de Eugenópolis. No ano seguinte, dei prosseguimento à minha experiência diaconal na comunidade religiosa de São Paulo, Paróquia de São Judas Tadeu.
Tendo escolhido livremente trabalhar e viver por amor a Cristo e estender seu Reino, fui ordenado Presbítero da Igreja no dia 18 de agosto de 2018 na Paróquia de Santo Antônio, no município de Rio Novo do Sul (ES) Atualmente resido na Paróquia de São Judas Tadeu, no bairro Tatuapé (SP).
Nos últimos meses, com alegria tenho vindo celebrar na Paróquia da Santíssima Trindade a pedido do pároco, Pe. Luiz Carlos, devido às ausências do Padre Provincial.
Posso dizer ainda que a minha caminhada vocacional foi toda marcada por uma vida de oração, pois é ela que me desperta para uma fé viva no Cristo ressuscitado e encarnado na minha história.
Mesmo diante de tantos trabalhos, antes de dormir tiro um momento para meditar o grande mistério de Deus e seus ensinamentos evangélicos que vivi ao longo do dia. Vivo este momento como ação de graças, com alegria e desprendimento, escutando o que Deus tem para me falar e, assim, poder colocar em prática seus ensinamentos. Para perseverar na oração, deixo-me guiar pelo exemplo de Jesus Cristo que, em suas caminhadas, se retirava em silêncio para rezar e assim se aproximar o máximo da vontade do Pai. Em seguida, voltava para junto do povo e continuava sua missão de anunciar e denunciar tudo que ia contra o projeto de Deus num gesto concreto de doação e amor ao próximo.
De toda experiência de vida de oração, a que fica marcada cada dia em minha vida é poder escutar Deus no silêncio. Tal experiência fortalece minha opção de vida.
Não poderia deixar de mencionar aqui também a importância do Padre d’Alzon em minha vida. O seu jeito simples de viver os princípios evangélicos em sua época, de acordo com as necessidades exigidas e que seguem vivas nos dias de hoje. Penso que ele vivia e dava exemplo aos irmãos do que acreditava ser uma vida a serviço da Igreja e em defesa da fé.
Deixo como mensagem para os leitores da Folha Paroquial, um pequeno texto da nossa regra de vida a respeito da nossa vida comum. “Nós nos aceitamos diferentes, pois Aquele que nos une é mais forte que aquilo que nos separa. É preciso superar constantemente nossas divisões e nossos limites para nos reencontrarmos na acolhida e no perdão. Nossa diversidade se torna riqueza quando a atenção e o respeito às pessoas passam antes das divergências de opiniões e das distinções de origem, de idade, de mentalidade ou de saúde”. (RV 8)
Deus abençoe a todos.