Sou Pe. Claudio Abreu Rodrigues, religioso da Congregação dos Religiosos da Assunção. Fui ordenado sacerdote no dia 29 de julho de 2008 e, atualmente, vivo em Espírito Santo do Pinhal (SP).

Nasci no Distrito de Catuné, município de Tombos (MG) e sou filho de Ernane Rodrigues da Silva e Irene Abreu da Silva.

Hoje, tenho a alegria de dizer, que “sou o resultado de um milagre”!

Eu tinha ido a Catuné, juntamente com uma família amiga para presidir a Missa do aniversário dos 90 anos do meu avô, Sr. Joenil, em fevereiro de 2015. Retornando para a cidade de Espírito Santo do Pinhal onde eu morava, próximo a Lambari (MG), a pessoa que estava dirigindo perdeu o controle da direção e o carro capotou várias vezes, saiu da pista, arrebentou uma cerca, bateu numa árvore e foi parar dentro de um córrego, com as rodas para cima.

Naquele momento, sem sentir meu corpo do pescoço para baixo, fiquei preso às ferragens, com o rosto dentro da água e comecei a me afogar.

O Sr. Walter Belli, que estava conosco, conseguiu sair do carro primeiro. E depois que os outros ocupantes saíram, ele veio me socorrer. Com todo cuidado, pegou minha cabeça, colocando-a sobre o porta-malas, pois eu estava realmente me afogando. O acidente foi por volta das 14h30. O Corpo de Bombeiro conseguiu me resgatar umas três horas depois.

Chegando ao hospital da cidade de Lambari, os médicos logo perceberam que não havia recursos suficientes para me socorrer. Meu caso não era grave, era gravíssimo. Precisava de uma vaga na UTI urgentemente, mas isso eles não tinham.

Começou então uma corrida contra o tempo… Todo mundo rezando e tentando encontrar um hospital com os recursos necessários. As horas foram passando e eu não podia esperar… Como nada encontraram na região, um dos meus irmãos religiosos ligou para um médico amigo da cidade de Espírito Santo do Pinhal, Dr. Edson Rossi, que prontamente conseguiu com Dr. Aguinaldo Catanoce do Hospital da PUC de Campinas um quarto na UTI. A partir daquele momento, havia uma UTI com todos os equipamentos necessários, mas eu estava na cidade de Lambari… E agora?

Eu continuava sem sentir o meu corpo do pescoço para baixo. Pela gravidade do caso, não podia ser transportado numa ambulância comum. Era preciso também uma ambulância UTI… Foi preciso vir uma ambulância de Belo Horizonte. Isso só aconteceu por volta das quatro horas da manhã, quase 12 horas depois do acidente.

Chegando ao Hospital da PUC, fui medicado e submetido a uma cirurgia imediatamente.

Como eu não sentia meu corpo do pescoço para baixo, temia o pior, que veio a se confirmar: tetraplegia. Havia fraturado as vértebras C5, C6 e C7 e o disco havia deslocado entre a C5 e C6, comprimindo a medula, o que não me permitiria andar mais. Os médicos relataram a meus pais e irmãos de Congregação que eu iria vegetar e sentir dor o resto de minha vida.

Fiquei algum tempo no hospital e voltei para casa onde foi preparado um quarto para me receber. Meus pais, irmãos e tios dedicaram sete meses para cuidar de mim, dia e noite sem parar. A Congregação contratou enfermeiros, fisioterapeutas, terapia ocupacional, acupuntura e hidroterapia; dediquei-me, de segunda a segunda, durante nove meses, à minha recuperação, chegando a fazer vinte sessões por semana.

Numa das visitas do Dr. Aguinaldo à minha casa, ele me orientou que celebrasse as Missas mesmo na cadeira de rodas; eu falei para ele que celebraria sim, mas em pé… Ele afirmou que talvez isso não fosse possível, mas insisti com ele que sim. Havia determinado dentro de mim que, em três meses, estaria em pé. E sabia que Jesus Cristo iria me dar a vitória, pelas inúmeras orações e promessas que minha família, amigos e paroquianos faziam por mim.

Acredito firmemente ser um milagre do Pe. Emmanuel d`Alzon a minha recuperação, pois fizemos uma novena a ele em comunidade. Tanto que três dias depois da visita do médico, saí do meu quarto e andei sozinho, ao lado de uma amiga, uns 40 metros, justamente 70 dias depois do acidente. E, com 76 dias, abandonei a cadeira de rodas.

Hoje vivo uma vida relativamente normal, não tomo nenhum medicamento, não tenho nenhuma dor e dirijo sozinho para todos os lugares. Posso dizer que ainda não estou perfeito, mas venho me recuperando dia após dia. Não parei de fazer fisioterapia. Consigo fazer quase tudo o que quero. Sou um milagre de Deus!

Portanto, nunca desista da vida, mesmo que você tenha sido desenganado e não apoiado em seus sonhos e objetivos. Acredite em Jesus. Tudo depende da sua fé e do seu esforço. Amém!

By siteaa

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