Entre os dias 18 e 20 de abril de 2016, os religiosos assuncionistas realizaram sua Assembleia Provincial em preparação para o IV Capítulo Provincial que ocorrerá em Novembro deste ano. Nossa Assembleia ocorreu num clima fraterno e de oração. Várias sugestões e reflexões foram colhidas, elas ajudarão a Comissão Preparatória do Capítulo a elaborar o Instrumentum Laboris, um texto base que serve para orientar as reflexões do Capítulo Provincial.
Entre uma das prioridades da Província Assuncionista está a inserção Pastoral e o serviço à Igreja que, concretamente no Brasil, se dá pelo trabalho nas Paróquias e nos dois Centros de Espiritualidade, o CEA (Centro de Espiritualidade Agostiniano-Assuncionista) de Pinhal; e o CIAP (Centro Integrado de Acolhida e Pastoral) em Eugenópolis.
Começamos a Assembleia com um período de reflexão sobre nossa presença em Paróquias. Padre Marcos Lúcio animou esta primeira etapa ajudando-nos a refletir, a partir da Sagrada Escritura, sobre o que significa a inserção numa paróquia, e as implicações bíblicas e teológicas que dela decorrem. Retomando o vocábulo “Paróquia”, no seu sentido original, Padre Marquinhos chamou a atenção para a necessidade de que os religiosos sentam-se sempre como peregrinos, ou seja, como aqueles que não têm aqui cidade permanente, que estão sempre atentos e disponíveis para a missão.
Além disso, foi considerado que a CNBB, no seu documento 100, destaca que as pessoas não estão mais apegadas ao território, o vínculo é agora afetivo e não leva muito em conta o espaço geográfico. Assim, a burocracia paroquial deve estar a serviço da missão e não o contrário. Em muitas paróquias predominam os aspectos administrativos, sem novas formas de evangelização. Ora, a mudança não deve ser apenas acessória, pois requer nova mentalidade. Se a comunidade for auto-referencial, ou seja, ocupando-se apenas de suas questões internas, vai atrair cada vez menos pessoas.
Numa Paróquia de espiritualidade assuncionista as responsabilidades não devem estar centradas apenas no padre, mas as responsabilidades devem ser partilhadas com os leigos e agentes de pastoral. O documento da Congregação “Assuncionistas em Paróquia – Pontos de Referência”, também foi utilizado para ajudar na reflexão. Foi possível perceber de modo particular no capítulo que fala da maneira assuncionista de estar na paróquia, como o capítulo local e as reuniões comunitárias mantêm toda sua importância. A comunidade religiosa está totalmente implicada no planejamento paroquial, incluindo também os leigos assuncionistas. A comunidade assuncionista elabora um projeto pastoral orientado para a missão.
Numa paróquia Assuncionista a Iniciação cristã de inspiração Catecumenal e mistagógica deve ser colocada em destaque, pois é isto que a Igreja propõe, além de ser a maneira de comunicar a fé que mais condiz com nossa espiritualidade assuncionista. A Assunção sempre esteve ligados à grande Tradição da Igreja e, por isso, sua prática pastoral privilegia os aspectos da vida paroquial que falem desta tradição, como o estudo da palavra de Deus, a Iniciação Cristã, a oração da Igreja e a prática litúrgica, marcada por uma sóbria solenidade.
Além disso os religiosos sentiram a necessidade de reforçar o trabalho da Procure (Obra que busca recursos para a formação de novos religiosos e sacerdotes), esta obra deve ter um responsável à parte ou, eventualmente, com responsáveis locais. Com a graça de Deus, os religiosos assuncionistas vêem crescer o número de vocações. Os estudos custam caro e sentimos a necessidade de fazer frente a estes desafios. Poderíamos pensar em propor a todas as Paróquias as contribuições com a Obra Nossa Senhora das Vocações, como acontece hoje no Rio de Janeiro e Vieiras. Ainda sobre a Procure, o contato com os benfeitores será realizado a partir da comunidade do Noviciado, esta tarefa ficará sob a responsabilidade do Irmão Gwenaël que, muito gentilmente, se prontificou para este apostolado.
Sobre os novos chamados precisamos estar atentos para não excluir ninguém e incentivar as novas formas de recrutamento. Os coroinhas estão presentes em todas as paróquias e são uma fonte de vocações, mas isso não quer dizer que outros movimentos e grupos não possam também ser fonte de vocações. Percebemos a importância de ter, em cada comunidade, um ponto de contato com a equipe de pastoral vocacional.
Com a graça de Deus, teremos, ao menos, três jovens com possibilidade de entrarem em nossa casa de acolhida de Eugenópolis. A comunidade local e a Pastoral Vocacional os estão acompanhando mais de perto, trata-se de Guilherme Franzini, de Eugenópolis; Willin Nunes, de Montes Claros e João Paulo, de Raposo. Segundo o padre Célio, haveria ainda a possibilidade de mais um ou dois para entrar em Agosto. Continuemos a rezar pelas vocações!
Sobre a vida fraterna, nós nos alegramos com a consciência de que alguns gestos, embora pequenos, podem demonstrar nossa atenção aos confrades. Lembrar-se dos irmãos nas datas importantes, estar em comunhão com eles, no aniversário, no onomástico, votos e ordenação. Para além disso, não deveríamos nunca nos esquecer de pedir desculpas quando falhamos, ser agradecidos pelo presença do irmão, acolher e compreender as fraquezas dos irmãos e conceder de coração o perdão quando necessário, para que experimentemos a verdadeira alegria.
A todos desejamos paz, saúde e alegria!
Pe. Marcos Antônio, a.a.