Pe. Wellington Barbosa Dias
São Paulo e o Povo de Deus, em meio às dificuldades, perseguições, tribulações, fome, perigo, nudez, são impelidos a não abandonar a missão e a enfrentar a situação mantendo a chama da esperança e da certeza de que Deus não os abandona. O mesmo acontece neste tempo de pandemia. Encontramo-nos numa situação de medo, apreensão, divisão e conflito, mas com muita esperança e fé em dias melhores. Na certeza de que vai passar, vamos vencer, dentro de algum tempo.
É aí, no atual cenário mundial, que nossa Comunidade Assuncionista, em Eugenópolis, constituída pelos aspirantes Carlos Daniel e Richard, pelo Pe. Afonso, pelo Pe. Cláudio e por mim, vamos nos apoiando mutuamente e aprendendo a dar respostas pastorais para que o nosso evangelizar e celebrar possam efetivamente conduzir a um espírito de fé, caridade e esperança tal como nosso fundador Pe. Emmanuel d’Alzon nos convoca.
Nossa comunidade religiosa tem a missão de acompanhar a primeira etapa de formação dos jovens vocacionados que estão conosco e de atender pastoralmente duas paróquias. Uma é a Paróquia de São Sebastião da Mata, que compreende os municípios de Eugenópolis e de Antônio Prado de Minas, onde existem 39 comunidades. Acompanhamos também a Paróquia do Senhor Bom Jesus, no município de Vieiras, com 14 comunidades. Dessas 53 comunidades, boa parte está em áreas rurais. Além dessas duas missões, eu, Pe. Wellington, exerço o serviço de ecônomo em nossa Província no Brasil. Essa tarefa tem sido muito difícil nesse tempo devido à situação das nonas inserções nesse momento de Covid-19.
Logo que tomei posse, como pároco da Paróquia de Eugenópolis, no dia 15 de março, veio o isolamento social. Estava com planos para a missão que me foi confiada, mas a realidade do momento fez com que, juntamente com meus irmãos de comunidade, tivéssemos de nos organizar de modo diverso ao habitual, refazer os planos, adiar os compromissos, reconsiderar metas, utilizar a criatividade para preservar nossa saúde e a de nossos paroquianos. As comunidades deixaram de se reunir para a Celebração Eucarística e todas as atividades paroquiais que envolviam aglomerações foram suspensas.
Em um momento tão difícil, com o aumento significativo de infectados no município de Eugenópolis, tivemos que tomar decisões rápidas, com novas formas e ferramentas, para estar presente na vida de nossos paroquianos. Realizamos a bênção do Santíssimo em Corpus Christi pelas ruas da cidade, oração da Ave Maria diariamente através do som da torre da Igreja Matriz, meditação do Evangelho do dia e Missa através da rádio da cidade e, inclusive, usamos as redes sociais, que muito nos têm ajudado na transmissão da Missa e da oração do terço…
Conseguimos, também, através desses meios, conscientizar os fiéis na ajuda das famílias que mais necessitam e trabalhamos a importância do dízimo, que é o que está mantendo as despesas mensais de nossa paróquia, já que não temos as festas e eventos.
Em meio a toda essa realidade, os dois jovens formandos seguem o seu processo e nos ajudam.
“A experiência nesta comunidade assuncionista está sendo muito proveitosa. Percebo cada vez mais forte o chamado de Deus e Sua presença amorosa na vida daqueles com os quais tenho convivido. Alicerçada na fé e no amor a Nosso Senhor Jesus Cristo, à Maria Santíssima, Sua Mãe, e à Santa Igreja, Sua Esposa, a vida comunitária é aqui canal de muitas graças”, partilha o jovem Carlos Daniel.
“O amor de Deus pela comunidade transforma o coração, provocando e despertando novos caminhos, é por isso que me senti chamado a dar meu Sim com toda firmeza e perseverar na trajetória do meu chamado vocacional”, afirma o jovem Richard.
No início do mês de agosto, esperançosos e com os devidos cuidados, retomamos as Missas presenciais no novo “normal” que se desenha. Unidos com nossos fiéis na fé, seguimos empenhados na difusão desse novo jeito de evangelizar, onde o vírus da desunião e da destruição não fale mais forte do que o amor que Deus tem por nós, seus filhos e filhas. Que a Boa Notícia do Evangelho continue a brilhar entre matas, rios e serras que Deus nos concede nesse campo de missão. Amém!
“Nossas comunidades querem participar das alegrias e esperanças, das tristezas e angústias dos homens de seu tempo…”
(Regra de Vida Assuncionista)