José Sebastião (foi omitido o Madeira no registro civil) nasceu em Olhão, no Algarve, e extremo sul de Portugal, aos 16 de dezembro de 1919. Seus pais: José Manoel Madeira e Maria das Graças. O José passou toda a sua infância em Portugal. Seu pai que era grande viajante (esteve inclusive uma temporada em Cuba) resolveu a pedido de sua esposa se estabelecer na argentina. Ele chamou para lá a sua família. Na época, José estava com mais ou menos 16 anos. O resto de sua adolescência se passou pões na Argentina. Foi lá que ele conheceu a assunção. Já tinha entrado em contato com várias congregações, particularmente o Verbo divino. Mas, finalmente resolveu escolher a Assunção.
Em 1945, ele foi para o Chile para iniciar o seu noviciado. Professará no dia 19 de março de 1946. (Não seu se ele fez a filosofia no Chile ou na França?) foi para a França (Cidade de Layrac) e lá foi ordenado sacerdote no dia 8 de março de 1952, junto com uns vinte outros colegas, na capela do Colégio Saint Caprais em Agen, por dom Jean Marcel Rodié.
Chile e Argentina pertenciam na época à província de Bordeus. E como na época se pensava já na fundação de um seminário no Brasil. O padre Régis Escoubas que era provincial de Bordeus, pediu ao Pe. José, já que ele falava português, para ir ao Brasil. Assim, após as suas férias, o Pe. José se colocou à disposição da região do Brasil. Ele vai chegar em Eugenópolis aos 5 de novembro de 1952. Sua missão seria recrutar meninos para levar para o seminário. Os primeiros alunos chegariam no dia 8 de maio de 1954, num estabelecimento ainda inacabado. Nessa mesma época, o Chile tinha tido elevado a Província e o primeiro provincial foi o Pe. Régis Escoubas. Ele tentou recuperar o padre José para a nova Província, mas este preferiu ficar no Brasil.
O padre José vai assim durante muitos anos percorrer as paróquias da região: diocese de Leopoldina, diocese de Caratinga e arquidiocese de Mariana e até estado vizinho do Rio, diocese de Campos. Em todos esses lugares, o padre José criou muitas amizades, pois prestava serviços nas paróquias que ele visitava.
Quando voltava para o seminário depois de uma temporada de missão, o padre José, afeiçoado da roça, gostava de mexer com a horta, o pomar assim como na apicultura. Lidava muito com ervas medicinais. Bastava lhe assinalar um mal estar ou qualquer problema de saúde, aparecia logo com o remédio adequado. Ervas, a gentes encontrava em toda parte: no quarto dele, em vários outros quartos inocupados, junto com livros, santinhos, terços, pois ele fazia também propaganda dos livros das Vozes, Paulinas etc.
Como bom assuncionista divulgava a “Bonne Presse”.
Tudo corria muito bem até a crise vocacional do pós- Concílio.
O recrutamento se fez muito mais difícil. E veio se acrescentar a isso o regime militar que ia durar uns 21 anos (1964-1985). Os alunos do seminário já seguiam a maioria dos cursos no Colégio, e foi decidido a extinção do seminário quando os últimos alunos terminariam os seus estudos. Veio a prisão SOS religiosos de Belo Horizonte e Eugenópolis também se encontrou implicada: houve uma perseguição no seminário (6 de dezembro de 1968). Foi acho, para o José, o momento mais duro. E foi a partir dali que ele pensou voltar para Argentina, já que a missão de recrutar tinha terminado.
Voltou, pois para Argentina em 1970. Não pensava que pouco depois ia encontrar um regime ainda mais duro que o do Brasil. Mas, de 1970 a 1980, ele ingressou a comunidade de Santos Lugares onde exerceu sobretudo as funções de ecônomo e ajudava no santuário.
E o apelo do Brasil se fez novo sentir e em janeiro de 1980 estava de novo em Eugenópolis. Se colocou à disposição da paróquia, ou melhorar, das paróquias de Eugenópolis, Vieiras, Patrocínio do Muriaé e, numa certa época Lage do Muriaé (diocese de Campos).
Em Eugenópolis, o pe. José se colocou sobretudo ao serviço dos doentes e idosos. Percorria também de jeep todas as comunidades da região. Estava muito apreciado. Seus sermões passavam a ser legendários, pois se animava quando tocava em certos assuntos. Mas, era de uma bondade extraordinária.
Em 1998, foi pedido ao padre José de fazer parte da comunidade de Pinhal onde havia já alguns padres idosos. No ano seguinte, ele aceitou ir para Campinas para fazer companhia ao Pe. Francisco que se encontrava sozinho com alguns postulantes. Em Campinas continuava a prestar serviços na paróquia e visitava aos doentes. Morou na rua Serra do Navio até a transferência da comunidade para Betânia. Lá ele morou até os inícios de 2001 quando, voltou para Serra do Navio, reativada. Todo tempo que ele passou em Campinas, ele exerceu também a função de ecônomo.
Em 2007, ele pediu para voltar para Pinhal. Lá ele prestava ainda alguns serviços à paróquia.
Na noite de 8 para 9 de dezembro de 2008, enquanto a Província estava reunida em Pinhal para a Assembleia, ele sofreu um derrame. Transportado para o hospital de Pinhal e logo depois para Campinas, ele passou alguns dias, acompanhado pelo irmão Jean Sella. Após uma cirurgia que transcorreu bem, ele voltou para Pinhal. No início da manhã de 15 de janeiro de 2009, ele veio a falecer. Após a missa de corpo presente, ele foi sepultado no cemitério da comunidade de Pinhal: o quarto falecimento na comunidade em dois anos.