Dois meses depois do evento, me vêm à memória a riqueza singular proporcionada por aquela experiência de 24 de junho a 24 de julho de 2013, aqui em Roma. Impulsionados pelo tríplice orientação do Capítulo Geral de 2011 (homens de fé, vivendo em comunhão, solidários com os pobres) aprofundamos a fraternidade que nos caracteriza e refletimos sobre a missão comum que desenvolvemos no ministério da Formação de novos religiosos para a Congregação e para a Igreja.
Acolhidos no coração do mundo católico, e particularmente, na Casa Generalícia, formávamos um mosaico de cores, raças, culturas e idiomas. Pudemos contemplar demoradamente o rosto que a Assunção internacional constitui nesta hora particular da História. E logo nos deparamos com um questionamento de fundamental importância: como transmitirmos o carisma herdado sendo dele cofundadores nas diversas realidades do mundo contemporâneo, ali onde estamos inseridos porque uma missão nos foi confiada? Em outras palavras, como viabilizarmos às novas gerações, atraídas pela Assunção, uma experiência autêntica de vida cristã capaz de conjugar a acolhida do carisma assuncionista e o seu espírito audacioso e de iniciativa, formando assim homens de fé e ao serviço da fé nos tempos atuais?
Assim tão provocados, e com a ajuda fraterna e intelectualmente competente de alguns irmãos assuncionistas, mergulhamos em textos fundadores e constitucionais na busca de uma pedagogia segundo às intuições de Santo Agostinho e do Padre Emmanuel d’Alzon. Porém, sem a pressa que caracteriza a cultura vigente para nos revestirmos de uma atitude deveras muito assuncionista: entrar juntos com a verdade da própria vida. Isto significou muitos momentos de partilha em pequenos grupos e em plenária, num verdadeiro exercício de paciência e de escuta, sobre nossas experiências pessoais como homens de fé, homens de comunhão e homens solidários com os pobres.
Graças à criatividade dos organizadores da Sessão, pudemos realizar atividades variadas, dentre as quais, algumas visitas inesquecíveis: 1) ao antigo e famoso Porto de Óstia Antica, onde, segundo relato no Livro IX das Confissões, enquanto esperavam pela embarcação à África, Agostinho e sua mãe Mônica realizaram um colóquio prolongado sobre as coisas divinas, a Luz e a Verdade, quando experimentaram a doçura da presença do Senhor; 2) ao antigo Convento da Ordem dos Mínimos, próximo à Basílica de Sant’ Andrea delle Fratte, onde o Padre d’Alzon esteve alojado algumas vezes; 3) à Igreja de Santo Agostinho e à Casa Internacional do Clero (na Via della Scrofa, centro de Roma), edifício onde o Padre d’Alzon foi ordenado sacerdote no dia 26 de dezembro de 1834, à época, numa Capela Privada do Cardeal Vigário de Roma Carlo Odescalchi; 4) às catacumbas de São Calixto, talvez o maior complexo funerário conhecido do mundo cristão; 5) à Praça São Pedro para participar de uma audiência geral com o Papa Francisco, quando proferiu uma reflexão sobre a Igreja como Templo, habitado pelo Espírito Santo, onde cada batizado é um tijolo vivo.
Com estes referenciais comuns iniciamos um caminho não pressuposto, mas que se faz caminhando juntos. Formadores e formandos na Assunção, somos todos aprendizes na escola de Santo Agostinho e nos passos do Padre d’alzon. Com os nossos pais fundadores, bebemos nas mesmas fontes, corremos os mesmos riscos e trabalhamos pela mesma destinação: Adveniat Regnun Tumm!