Ir. José Carlos
Que bom que você veio!!!
Se Rubem Alves pode usar moluscos, ratos, galos, pintassilgos e rãs, seres da natureza animal para falar de política e sociedade, nós simples mortais desprovidos da arte metafórica de contar a realidade podemos nos atrever a esboçar o que foi nosso Encontro da Família Assunção Jovem com esse título nada sugestivo.
Dizem que a realização humana consiste em ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore. A vida consagrada, com seu voto de castidade, não é estímulo a ter um filho, quiçá adotar a todos os órfãos como filhos. Por possuir uma história e uma caminhada na história, as congregações já escreveram vários livros.
Ter vários filhos. Escrever vários livros. Plantar várias árvores?
No meio de uma floresta de congregações alimentadas pela “água, fonte da vida”, entre jequitibás, eucaliptos, aguapés, trepadeiras, rosas e mangueiras (cada uma com seu carisma especial), a Árvore Assunção abrindo uma nova folhagem busca revigorar sua seiva.
Uma só árvore, uma só seiva, um só tronco; porém, quatro galhos tentando brotar uma mesma clorofila, um mesmo pólen para as flores e um mesmo sabor para os frutos. Galhos mais espessos e galhos mais delgados. Galhos mais próximos da raiz e galhos da copa. Assim, Religiosas, Assuncionistas, Oblatas e Irmãzinhas, caíram no bailar do vento que soprava aqueles caules para uma mesma direção, a saber, a inserção das raízes desta árvore nos pântanos mais sombrios, onde seria signo de esperança pelo verde de suas vestes.
Pe. Arlindo (Verbita) e Ir. Alberta (Orionita), troncos de árvores vizinhas, mostraram como ajudar as jovens plantas da redondeza a fazerem a fotossíntese sob a luz, a beberem das chuvas e dos orvalhos das Árvores mais altas, a fincarem raízes mais profundas em terras férteis, a purificarem o ar para os outros seres na gratuidade, a viverem a identidade de sua espécie.
Na noite, foi festa na floresta. Grilos cantavam ao ritmo de forró, às vezes engasgavam, é verdade, mas tudo bem. Entre um noticiário e outro a cigarra ditava a valsa e recomeçava a festa do caxambu onde a água nem rato bebe.
Se tudo isso parecer estória de vegetal, pergunte à Merylou. Ela esteve ciscando à sombra da Árvore durante todo o encontro. Dançou, representou, desenhou e compôs Rap. Nem os Superfundadores impediram essa galinha de comer lacraia no Parque Estadual do Tietê ao som de um pé de tomate goiano chamado Leonardo que cismou que é cantor.
A Árvore, essa está mais sadia, mais forte e mais vistosa, pois a seiva (Venha o Teu Reino) que percorre todos os seus ramos foi revigorada. Novas folhas vão surgindo; é sinal de que continua crescendo, sendo vida e levando vida para outras matas.
Aí vem o outono! Que as folhas não murchem, não sequem e não caiam. Que bom que você veio.
Que bom que você vai ficar…