O Padre d´Alzon dominava a arte de tratar com Deus. Em suas longas conversas com Nosso Senhor, unia uma fé viva com uma familiaridade de criança; eu diria que possuía até mesmo uma desenvoltura respeitosa de amigo.
Um dia, devia ser em 1859, de regresso de Lavagnac (a casa de seus pais), o padre se deteve em minha casa. Parecia cansado, triste e preocupado. O padre d´Alzon disse-me então:
“Filho meu, me detive aqui porque tenho um assunto urgente a tratar com Nosso Senhor. Vou entrar em tua capela, detrás do altar. Não necessito nada. Deixe-me absolutamente só”.
O padre entrou na capela e se prostrou ante o altar, rosto em terra. Eu me retirei. Depois de uma hora e meia, o padre veio ter comigo. Estava transformado. Seu rosto tinha uma expressão de alegria, um grande sorriso animava seus olhos ainda úmidos pelas lágrimas que devia haver derramado. O padre disse-me:
“Ah! Amigo meu, a que Senhor tão bom servimos! Com razão o chamamos Bondade infinita! Se compreendêssemos bem o que temos no sacrário… passaríamos a vida aos pés de Nosso Senhor! Que alegria poder conversar com Ele, de coração a coração”. Eu jamais me esquecerei a emoção com que o padre d´Alzon me disse aquelas impactantes palavras.